Lenovo na IFA 2025: análise e destaques de IA

A Lenovo na IFA 2025 repetiu o mantra “IA para todos”, mas o que isso significa na prática? Neste post analítico, vamos além do palco: o que muda no uso real, onde a Lenovo acerta e onde ainda precisa provar. Também indicamos quem deve comprar cada linha e os pontos de atenção para o Brasil.

AIPCs & Workstations: o salto é de workflow, não só de “spec”

O que mudou: a nova ThinkPad P16 Gen 3 e a linha P reposicionam workstation móvel para IA local (inferência/fine‑tuning leve) sem abandonar 3D/edição. O combo Core Ultra HX + RTX (Pro), melhor térmica e ISV certificadas encurtam tempo de render e trocas entre apps , impacto direto no TCO de equipes de engenharia/CG.

Opinião: é a parte mais sólida do evento. A Lenovo fala a língua de TI com segurança, gerenciabilidade e compatibilidade pro. Se o preço ficar no patamar tradicional de P‑Series, é compra racional para quem mede custo por hora de projeto.

Quem deve comprar: estúdios/arquitetura/engenharia; squads de dados que querem prototipar IA local sem depender 100% de nuvem.

Ponto de atenção: ver SKUs BR (GPU Pro, RAM ECC, painel) e SLA de peças; sem isso, a conta quebra no pós‑venda.

Legion Go Gen 2: portátil amadurecido — agora com OLED e controles melhores

O que mudou: a 2ª geração corrige as maiores queixas do primeiro Legion Go: controles destacáveis TrueStrike mais firmes, bateria maior e tela OLED PureSight (pretos e resposta). O Ryzen Z2 Extreme promete FPS estável em jogos populares.

Opinião: finalmente um concorrente direto para ROG Ally/Steam Deck com display melhor. A ergonomia e o modo FPS são os diferenciais. Se o preço ficar acessível, vira nosso portátil Windows favorito para jogar e emular com a ressalva abaixo.

Ponto de atenção: Windows em tela pequena ainda exige paciência; dependência de perfis/energia e drivers pode frustrar iniciantes. Sem preço BR, importar pesa.

Legion Pro 7 & OLEDs: foco no competitivo — bom, mas previsível

O que mudou: CPU Ryzen 9000HX/9950HX3D, “musculatura” térmica e monitores OLED PureSight com resposta ultrarrápida. Integração pelo Legion Space ajuda a centralizar ajustes.

Opinião: evolução natural. Vale para quem vive de alto refresh + baixa latência. Se o preço bater nos topos de linha com RTX alta, espere comparativos com Acer Predator/Asus Strix para decidir.

Lenovo Yoga Tab (Snapdragon 8 Gen 3): tablet de IA que quer ser notebook

O que mudou: leve, 11,1”, caneta Tab Pen Pro e teclado 2‑em‑1. IA nativa para captura inteligente, upscaling em tempo real e Sketch‑to‑Image que transforma rascunhos em arte.

Opinião: boa proposta para creators móveis e estudo. A dúvida é software: o pacote de apps (GoodNotes/Clip Studio/LumaFusion?) e o DeX‑like da Lenovo precisarão brilhar para peitar iPad Pro e Galaxy Tab S11.

Moto Edge 60 Neo e Moto G06 (Power): acerto de portfólio

O que muda: o Edge 60 Neo tenta repetir a fórmula do “premium compacto” com 50 MP (sensor Sony), tele e TurboPower que promete um dia em ~7 min de carga. A linha G06 aposta em bateria longa e Circle to Search no segmento de entrada.

Opinião: foco certo. O que define o Edge 60 Neo é preço e política de updates. No G06, a promessa de bateria precisa ser confirmada em teste, se entregar, vira referência abaixo de topos de linha.

Conceitos VertiFlex e Smart Motion: boas ideias — dependem do ecossistema

VertiFlex (14” rotativa): +45% de área útil em retrato ajuda em leitura/código e reduz torção de pescoço.
Smart Motion: base que segue o usuário, gira/eleva para enquadramento ideal e traz lembretes de postura.

Opinião: conceitos pé‑no‑chão. O VertiFlex tem apelo real em texto e dev; vai precisar de suporte dos apps (layouts responsivos) e de um Windows mais consciente do modo retrato. O Smart Motion pode virar gimmick se a latência e o ruído do motor não forem impecáveis.

Leitura final

Na Lenovo na IFA 2025, o trabalho brilhou mais que o espetáculo: workstations e AIPCs com impacto real em custo e tempo. Legion Go Gen 2 amadurece a ideia do portátil Windows, e o Yoga Tab tenta ser tablet que “pensa junto”. Para o público BR, a decisão passa por SKUs, garantia e preço, e é aí que veremos se a promessa de “IA para todos” vira produto competitivo aqui.

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